Lagoa Dourada é nacionalmente conhecida como a “Cidade do Rocambole”, história que teve início por volta de 1907, pelas talentosas mãos do descendente de imigrantes libaneses, Senhor Miguel Youssef. 

Após casar-se com a lagoense Dolores de Mello, estabeleceu-se com um botequim na parada de ônibus interurbanos do centro da cidade, local de passagem para o turismo em São João del Rei e em Tiradentes. Inspirado em receita francesa e vendido como sobremesa, era oferecido o pão de ló recheado com doce de leite, cuidadosamente enrolado. 

Inicialmente comercializado apenas no bar do casal, na década de 60, conquistou a atenção dos moradores e dos viajantes que passavam pela cidade. A tradição passou para a geração seguinte. Um dos filhos, Paulo Miguel, investiu no botequim e criou o Bar e Hotel Glória. Em 1965, ele criou uma embalagem especial para os viajantes e, a partir de então, o pão de ló ganhou o mundo, aumentando consideravelmente a demanda e a divulgação do rocambole. 

Em 5 de dezembro de 1997, a lei municipal no. 1.316 denomina a então Rua do Rosário, situada na região central da cidade, como Rua Miguel Youssef. Em 2009, é realizada a I Festa do Rocambole e Mostra Cultural, importante manifestação cultural do município e, desde então, acontece anualmente. Em 2019, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais concedeu ao município de Lagoa Dourada o título de Capital Estadual do Rocambole e, atualmente, sua receita é reconhecida como Patrimônio Imaterial Municipal na sessão Ofícios e Modos de Fazer do Inventário do IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural).